Combinado espero você por aqui amanhã.
Lá estava ele à espera e apenas um aceno bastou para que seguisse meu carro.
Olho pelo retrovisor, fico nervosa. Um belo espécime masculino me segue.
Diminuo a marcha, não pelas lombadas, para curtir o momento.
Afinal, não sou capa de nenhuma Boa Forma. Epa!
Mas sou sexy, inteligente e ... Convencida, é claro!
Mar ao lado, um belo sol e eu sendo seguida.
Ah! Existe paraíso sim. Cansei do limbo.
Seta para a direita, entro na Rua Marquês de S...
Não li o resto, foi a emoção do momento.
Deslizo pela esburacada rua.
Nova seta à direita.
Ele para o carro ao meu lado e pergunta, é aqui?
Engasgada digo sim. De salto, salto do carro.
Esqueci de sua pouca mobilidade e sigo adiantada.
Paro e espero.
Silenciosamente entramos em uma sala de espera um pouco escura, mas convidativa.
Sentados eu ao lado do outro, nos olhamos. Tiro os sapatos.
Corro para o banheiro, a roupa não é adequada, preciso algo mais confortável.
Olhamos-nos novamente. Um olhar de quem vai primeiro.
Ele começa.
Deitado, virado, atravessado. Muitas são as posições,
Muitos “ais” e gemidos. Eu diria que até grunhidos ouvi.
E não parou ai, toques precisos se sucedem.
Chutes e pegadas por trás.
Ouço um “ahhh”, induzindo-me a pensar no alívio da situação.
Bem... É minha vez.
Também sou virada, amassada e massageada.
Livrei-me de atos mais rudes.
Acho que naquele momento meu lado frágil estava estampado na face.
Reclamo baixinho, sussurro os meus “ais”.
Acabou.
O alívio vem, espreguiço-me como de costume.
Salto, sem o salto.
Os olhares se encontram.
Você gostou.
Sim. Era disso que eu precisava.
Silenciosos voltamos aos nossos carros e seguimos até o ponto de onde partimos.
Uma buzinada de tchau.
E eu sigo aliviada, pensando em quando será a nova consulta ao quiropraxista.
Como é bom alinhar a coluna.